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quem é o reponsável por esse processo?

Os eventos principais durante a fecundação são:

  1. Contato inicial entre óvulo e espermatozoide e reconhecimento entre eles, garantindo que ambos sejam da mesma espécie;

  2. Ligação do espermatozoide à zona pelúcida;

  3. Reação acrossômica;

  4. Penetração através da zona pelúcida;

  5. Inibição da polispermia;

  6. Fusão das membranas plasmáticas;

  7. Fusão dos materiais genéticos do óvulo e espermatozoide;

  8. Início do desenvolvimento do zigoto.

A inibição da polispermia é um fenômeno muito importante, pois é o responsável pela união de apenas um espermatozoide ao oócito secundário. Na maioria dos mamíferos, os grânulos corticais dos oócitos são responsáveis por um bloqueio primário na zona pelúcida: eles liberam seu conteúdo, fazendo com que os espermatozoides que já estão ligados à zona pelúcida penetrem e impedindo a ligação de novos espermatozoides. Além disso, a partir do conteúdo desses grânulos é formada uma capa ao redor do óvulo fertilizado, que bloqueia a entrada de outros espermatozoides.

Quando ocorre a fusão do espermatozoide ao oócito, ocorre a despolarização da membrana do oócito, desencadeada pela entrada de íons Ca2+ (fazendo com que o potencial de repouso mude de -70mV para +10mV). Há também um aumento na permeabilidade de Na+, que faz com que a voltagem positiva seja mantida (aumento do influxo de Na+). Com isso, a membrana plasmática fica positiva e outros espermatozoides não conseguem inserir a proteína responsável pela fusão, que também é positiva. Esse bloqueio é rápido, mas é importante para que um bloqueio definitivo seja providenciado.

Essa reação ocorre a partir da hidrólise feita pela fosfolipase C isoforma ζ (trazida pelo espermatozoide).

O dicilglicerol, na membrana plasmática, ativa a bomba de Na+/H+, desencadeando um aumento de pH, devido a troca de Na+ (extracelular) por H+( intracelular). Já o IP3 vai para o retículo endoplasmático e gera a liberação de Ca2+ para o citoplasma. O aumento de Ca2+ promove a exocitose dos grânulos corticais – reação cortical – que é o bloqueio definitivo à poliespermia.

fosfatidilinositol
Diacilglicerol
1,4,5-trifosfatoinositol (IP3)
+
Fosfolipase C isoforma ζ (zeta)

Nessa reação são liberadas dos grânulos corticais enzimas e glicosaminoglicanos, que irão agir mudando a estrutura da zona pelúcida. As enzimas quebram os resíduos de açúcar da ZP3 (o que impede a ligação de outros espermatozoides) e quebram parcialmente a ZP2, que transforma a estrutura da zona pelúcida em membrana hialina, dificultando a penetração. Os glicosaminoglicanos tem carga negativa e atraem Na+, e este por sua vez atrai água, o que causa o afastamento da membrana hialina da membrana plasmática do oócito secundário, dificultando também o acesso de outros espermatozoides. Além disso, o influxo de Ca2+ vai permitir que a meiose 2 termine e o oócito secundário se transforme em óvulo.

Exocitose dos grânulos corticais (técnica de isotiocianato de fluoresceína).
por Laísa Hollanda
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